PROJETO EGRESSOS UERJ

 

 

Laboratório de Políticas Públicas (LPP-UERJ), através do seu projeto de extensão Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior no Brasil (GEA-ES), convida pessoas que ingressaram na UERJ, através do sistema de reserva de vagas (cotas), para participar de uma pesquisa sobre a trajetória do egresso e o acesso ao mundo do trabalho. 

 
Esta pesquisa é destinada EXCLUSIVAMENTE  a avaliar o impacto da formação acadêmica na vida das pessoas que ingressaram na UERJ pelo sistema de cotas. Deste modo, pessoas que não foram cotistas, que ainda estão cursando a graduação ou não se graduaram na UERJ NÃO PRECISAM RESPONDER!

Pedimos a todas, todos e todes que nos ajude, preenchendo o questionário a seguir. 

O tempo médio de preenchimento deste formulário é de 5 (cinco) minutos.

 

*ATENÇÃO*

SE VOCÊ AINDA ESTÁ CURSANDO A GRADUAÇÃO NÃO É PRECISO RESPONDER AO FORMULÁRIO. ELE SE DESTINA ÀQUELES COTISTAS QUE CONCLUÍRAM O CURSO OU SAÍRAM DA UERJ SEM CONCLUIR!

 

Participe clicando no link: https://forms.gle/sQCivsLiEd2MbnzX8

 

 

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A MILITÂNCIA POLÍTICA

 

 

Texto do professor Emir Sader

 

    O descrédito da política e dos políticos, colocado em prática pela direita, atinge,de alguma forma, a própria militância política. Quem milita hoje? Para que militar. Quem faz parte dos partidos de esquerda? Para que?

    Houve uma época em que os que queriam mudar um mundo se incorporavam a algum partido político. Havia vários – estou falando só dos partidos de esquerda – quep olemizaram sobre estratégias políticas e sobre os valores ideológicos que identificavam a cada um deles.

    Vários deles se identificavam com correntes ideológicas internacionais e com países que construíam governos de esquerda. Ser de esquerda não era somente lutar pela

transformação do mundo. Era também necessário se identificar com o mundo pelo qual se lutava, diante das alternativas - comunistas, socialistas, social-democratas, às quais se somaram depois às cristãs de esquerda.

    As identificações com a URSS se somaram posteriormente àquelas com a China e, posteriormente, à com Cuba. A cada uma delas correspondia a identificação com algum tipo de estratégia – a considerada reformista, via os processos eleitores, às vinculadas a formas de luta armada, tanto aquelas que buscavam reproduzir a insurreição chinesa, quanto às expressas pelas distintas estratégias de guerrilha.

    Ser militante de esquerda e entrar para uma organização de esquerda tinha todas essas implicações. Ser militante de esquerda podia significar ser comunista, ser maoísta, ser social democrata, ser cristão de esquerda, ser guerrilheiro.

    O fim da URSS e do então chamado campo social, a reconfiguração da política internacional da China e também a de Cuba, afetaram diretamente a ideia de ser militante de esquerda. As pessoas passaram a ser definidas como de esquerda a partir

de definições mais simples.

    No Brasil, a grande maioria das pessoas de esquerda se identifica com o PT, o que não significa ser comunista, maoísta, a favor das guerrilhas ou de outra modalidade de ser de esquerda.

    A existência do Lula se identifica plenamente com a existência do PT. Há quem tenha posições distintas das do Lula, mas está no PT, uma das características da esquerda contemporânea, a do século XXI, esse pluralismo político e ideológico.

    Já não se identifica necessariamente com o anticapitalismo e com algum tipo de socialismo. Luta por uma sociedade mais justa, mais democrática, se identifica, maioritariamente, com o socialismo e suas distintas formas de existência. Lutar pela

justiça social, por uma sociedade menos desigual, com menos exclusão social, com mais participação política e com mais democracia em todas as instâncias políticas da sociedade brasileira.

    Lula expressa, de forma muito coerente, essas posições. Quando Lula mantém relações com governos que alguns setores de esquerda não consideram democráticos, o faz para manter os laços e as possibilidades de negociações e de unidade da esquerda.

    Se se perguntasse com o que se identifica alguém de esquerda hoje no Brasil, eu diria que se identifica com o Lula. Pode parecer meio redutivo, mas não consigo imaginar alguém de esquerda que não se identifique com o Lula, com sua liderança, com seu governo, com suas posições.

    Se fosse resumir a maior debilidade da democracia brasileira, eu diria que é a participação pequena dos jovens na política. Não termos um discurso que chegue aos jovens, que toque nas suas necessidades e preocupações. Os partidos e movimentos

sociais e culturais deveriam ser lugar natural da juventude, mas ainda não ocorre isso. A análise dessa situação deveria ser um termômetro da extensão e representatividade da

militância política no Brasil.

    Eu sempre tive um profundo sentimento de ser militante político de esquerda. Não apenas um simpatizante, que se identifica com os nossos valores, mas não toma a tarefa cotidiana de recrutar militantes, de ajudar na sua formação, na sua organização coletiva. Ser militante é dar um sentido à nossa vida, de lutar pela transformação do mundo na direção da justiça social, na direção de um mundo melhor, na direção de uma

sociedade justa e democrática

 

Entrevista do Professor Rafael Bastos à rádio UERJ

 

 

Leia agora a Entrevista do professor Rafael Bastos à Rádio UERJ a seguir, ou ouça na integra clicando aqui.

 

UERJ Entrevista: Temas atuais comentados por professores e pesquisadores, um espaço para a reflexão sobre nosso dia a dia

 

Amanda Rios: Não se pode falar sobre o assunto de cotas sociais e étnico-raciais sem mencionar o pioneirismo da UERJ, a primeira instituição de ensino superior do país a implementar o sistema de reserva de vagas há 21 anos atrás. O feito serviu como inspiração para a criação da lei de cotas 10 anos mais tarde, que por sua vez atende milhares de alunos cotistas ao redor do Brasil. No entanto, o que acontece depois? Pouco se discute sobre a inserção no mercado de trabalho de egressos do sistema de ações afirmativas, suas conquistas e desafios. As cotas influenciam na construção de carreiras? Para responder a essas perguntas, convidamos o professor Rafael Bastos, coordenador de um projeto de pesquisas sobre o assunto. Rafael Bastos é bacharel em ciências sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de mestre e doutor em políticas públicas e formação humana pela UERJ. É também pós-doutorando no programa de pós-graduação em ciência política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atua como professor na Faculdade de Educação e na Faculdade de Formação de Professores e também como coordenador do Programa de Pós-Graduação de Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ. Eu sou Amanda Rios e este é o UERJ Entrevista. Professor Rafael, obrigado por aceitar nosso convite!

 

Rafael Bastos: Obrigado Amanda, obrigado UERJ Entrevista. É um prazer imenso a gente poder vir aqui falar dessa pesquisa em nome do Laboratório de Políticas Públicas e Formação Humana.

 

AM: Professor, para iniciarmos: nos fale um pouco sobre o projeto de pesquisa que o senhor coordena. Qual é a necessidade de um estudo acerca da inserção profissional de egressos do sistema de cotas da UERJ e como é realizada essa análise?

 

RB: Bem, Amanda, na apresentação já tem elementos importantes. Uma primeira questão que demanda essa investigação é o diagnóstico que a gente fez de que ainda há pouca pesquisa sobre o tema, e, por um lado, a gente nota também através de diversos caminhos, um deles por exemplo é o próprio meio de comunicação, de que há uma necessidade muito veemente de entender a situação dos egressos do sistema de cotas e também da situação das pessoas desse país que, particularmente, na sua maioria, são de cor preta ou parda e que estão no mercado de trabalho numa condição de muita desigualdade em relação à população branca. Esse é um primeiro diagnóstico nos meios de comunicação, agora, a gente nota também nas empresas, que já é uma constatação que vem saindo na própria imprensa, que principalmente nos postos de gestão, nos cargos executivos, pessoas de cor preta e parda são absolutamente minoritárias. É interessante quando a gente fala de pesquisa, e especificamente pesquisa que está no campo de políticas públicas, que tenham um pouco de intuição investigativa que a gente vai levantando. Eu me recordo que a gente no Laboratório de Políticas Públicas, pensando nos temas futuros que a gente ia desenvolver, via já a necessidade de entender essa situação do egresso do sistema de cotas no mundo do trabalho e na condição dos cargos de gestão. Pouco tempo depois a gente viu empresas como, por exemplo, a Magazine Luiza começaram a fazer programas de trainee, alguns programas de cunho de ações afirmativas exatamente para tentar amenizar um pouco essa situação. Outra questão que a gente nota também é que são várias necessidades, uma delas é que os próprios especialistas, nos congressos em que discutem ações afirmativas no nosso país, já tocam muito no ponto de que: houve muita investigação sobre o próprio sistema de cotas, o funcionamento nas instituições, políticas de permanência, mas pouco se sabe sobre os egressos, então essa pesquisa vai nesse encontro. Para também situar duas outras questões importantes, uma delas é que hoje em dia a CAPES, que é nosso órgão que organiza a pós-graduação no Brasil, está desenvolvendo muitas investigações sobre a situação dos egressos, e aí, com essa pesquisa, a gente quer saber a situação não só dos egressos de pós-graduação, mas agora dos egressos do sistema de cotas na graduação, e nada melhor que começar pela própria UERJ, que foi pioneira nessa política. E, por fim, eu acho que um outro exemplo que foi bem nítido é que o próprio GT, o grupo de trabalho, de transição do antigo governo federal para o governo atual, que é o governo Lula, a gente pode ver muito veementemente que havia uma necessidade de avançar no sentido de preencher mais quadros de pessoas que vão estar à frente da gestão que são pessoas pretas e pardas, principalmente. Acho que esse é um quadro geral da necessidade dessa pesquisa

 

AR: Esse sistema contribui plenamente para o desenvolvimento de carreira dos cotistas?

 

RB: A gente ainda precisa investigar melhor isso. A gente já tem alguns indícios que está sendo bem interessante de notar, relatos dos mais diversos sobre o que está sendo esse processo de aquisição de diploma e aí, diante de algumas pessoas que a gente já tem feito contato e começou a fazer algum tipo de investigação a gente pode dizer que sim, parece que a aquisição de diplomas é um fato fundamental na vida profissional dessas pessoas.

 

AR: Professor, os cotistas egressos das universidades para o mercado de trabalho estão isentos de submeter-se às condições abusivas de empregabilidade? Quais mudanças ainda precisam ser feitas para que essas condições se tornem favoráveis? 

 

RB: Bem, a gente vê que a primeira questão importante é que estamos num cenário nacional em que já existe uma condição abusiva, principalmente para a juventude que está sendo negado o acesso ao emprego. Então, sem dúvidas, quem não tem diploma se coloca numa situação muito mais difícil, então eu acho que essa já é uma primeira posição política: que a gente precisa defender e aprimorar o sistema de cotas. Outra questão importante é que na pesquisa a gente ainda está tentando entender como é que se dá essa relação entre quem tem diploma e quem está empregado e desempregado, então talvez a gente possa encontrar pistas significativas da necessidade de pensar políticas para pessoas que estão egressas do sistema, ou seja, mais do que adquirir esse título, faz-se necessário pensar o que vem depois. E aí, sobre isso, eu acho que as respostas de uma análise qualitativa a gente pode tentar entender melhor sobre isso de condições abusivas. Hoje ainda não dá para responder com precisão.

 

AM: Professor, os concluintes, então, possuem potencial condição de preparo para o mercado de trabalho?

 

RB: A resposta é sim. Uma vez que, se a gente pensar que em relação ao próprio diagnóstico dos cotistas da UERJ e de outras instituições universitárias do Brasil, o desempenho deles é muito bom e isso a gente nota também ainda usando o exemplo da transição de governo e hoje, já no ano de 2023, com pessoas que ocupam cargos em ministérios. Por exemplo, a gente tem a ministra Aniele Franco que é egressa do sistema de cotas e a competência dela é inegável. Então, assim, por enquanto ainda é uma hipótese, mas é uma hipótese fruto das pistas que nós temos, das constatações feitas até então. Agora, é possível que a gente confirme essa hipótese de que são pessoas altamente competentes mais na frente quando a gente aumentar o número de pessoas que a gente está investigando e aplicando essas pesquisas, sobretudo através dos questionários. Então, a gente está otimista com essa resposta.

 

AR: Essa inserção na vida profissional possibilita uma transformação pessoal para esses estudantes, mas, além disso, é possível dizer que as políticas afirmativas geram uma mudança clara na estrutura das classes sociais, principalmente com relação ao racismo estrutural?

 

RB: Bem, primeiro é importante falar de racismo estrutural. Eu acho que esse é um diagnóstico que a própria política de cotas já está trazendo para a realidade brasileira. Se a gente parar para pensar num Brasil dos anos 30, a que o pensamento social na época se dedicava, a questão racial não estava colocada do mesmo modo que está posto hoje. Sem dúvidas eu acho que isso se dá também pelo avanço do número de pessoas que têm origens sociais diferentes nas universidades, tensionando internamente a necessidade de repensar esse país. Através desse movimento a gente pode ver que sim, a questão racial brasileira é uma questão estrutural desse país, seja estrutural pela condição econômica a que a população preta foi submetida, seja também pela base ideológica desse país que é extremamente racista, portanto, a gente reverter essa situação perpassa pela formação de novos quadros. Então, a política de cotas incide sobre isso, eu acho que é uma política que ajuda sim a combater essa questão agora, pensando no egresso, na situação dessas pessoas nos postos de trabalho.

 

AR: Por último, professor. Para além das vantagens na vida profissional, as ações afirmativas enriquecem a diversidade dentro das universidades. Que tipos de enriquecimentos podemos considerar sobre o sistema de cotas da UERJ especificamente?

 

RB: Até então as respostas têm sido bem interessantes. Os formulários indicam coisas maravilhosas, que vão desde: “lá eu conheci minha esposa”, “conheci meu noivo”, a indicar também que a universidade é um espaço de socialização. E aqui está uma grande potência: nós estamos formando quadros que estão pensando e repensando esse país, quadros que estão reivindicando uma vida melhor. A universidade é um dos poucos espaços no Brasil hoje que é um lugar de esperança para a juventude que vem enfrentando uma série de problemas sobretudo nos últimos quatro anos; e eu to falando de 2018 para cá. Então, aqui a gente promove a possibilidade de socialização, de aquisição de diplomas e também da construção de redes de contatos e que essa é uma aposta muito importante da política para que essas pessoas que estão hoje estudando aqui possam amanhã ter novos contatos, possam ter pessoas que serão referências na sua vida, para poder pensar uma outra situação amanhã no mundo do trabalho. Então, eu acho que perpassa um pouco por esses aspectos.

 

AR: Muito obrigado, professor Rafael Bastos, por sua participação.

 

RB: Eu que agradeço a oportunidade de discutir sobre isso. Eu acho que a gente do LPP retoma em um processo de vanguarda ao pensar essa política. O LPP no ano de 2001 começa a desenvolver o Programa Políticas da Cor, ajudou na implementação das cotas na UERJ, e agora queremos ver 20 anos depois como estão esses alunos, vamos fazer um balanço sobre a situação deles no mercado de trabalho. Então, para a gente é uma alegria imensa poder colaborar e participar desse programa aqui.

 

Lançamento do livro Historia Contemporânea de América Latina, no Chile

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Ciclo de vídeos - De FHC a Bolsonaro

Relatos do Brasil Contemporâneo

Já está no ar o Ciclo de Discussão “De FHC a Bolsonaro: Relatos do Brasil Contemporâneo”. Desenvolvido pelo Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), coordenado por Emir Sader, o ciclo traz exposições de intelectuais, jornalistas e importantes atores políticos.

 

Todos os vídeos estão disponíveis no canal da Fundação Perseu Abramo, no Youtube.

 

A primeira parte do ciclo aborda todos os governos do século 21, começando pela experiência neoliberal dos governos de Fernando Henrique Cardoso. Em seguida, exposições sobre os governos antiliberais do Partido dos Trabalhadores, que combinaram crescimento econômico com políticas sociais. Apresenta também um relato sobre o governo golpista de Michel Temer, que restaurou o modelo econômico neoliberal, já como produto da ruptura da democracia. Finalmente, a primeira parte do ciclo termina com uma análise do governo ultraliberal de Bolsonaro, combinado com um modelo autoritário e agressivo.

 

A segunda parte do ciclo conta com a participação de Fernando Haddad relatando suas experiências como ministro da Educação, e Tereza Campello conta suas experiências no desenvolvimento das políticas sociais, durante os governos Lula e Dilma.

 

Vídeos disponíveis:

 

1) Governo FHC: Emir Sader – Coordenador Geral LPP/UERJ
2) Governo Lula: Helena Chagas – Jornalista e Ex-Ministra de Comunicação Social
3) Governo Dilma: Paulo Moreira Leite - Jornalista
4) Governo Temer: Joaquim de Carvalho - Jornalista
5) Governo Bolsonaro: Leandro Fortes - Jornalista
6) Experiências de Governo: Fernando Haddad - Ex-Ministro da Educação e Ex-Prefeito de São Paulo
7) Experiências de Governo: Tereza Campello - Ex-Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome